9 de set. de 2010

Cosmos e o processo existencial natural e humano


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Cosmos e o processo existencial natural e humano. O universo, em sua totalidade, é constituído desde as estrelas até as partículas subatômicas, que apesar de bastantes diferentes em sua forma ou conteúdo, apresentam um elemento em comum: a forma na qual são organizadas e se mantém em sincronia, beleza e harmonia. Partindo do princípio de que há em todos os elementos pertencentes ao universo, uma similaridade, podemos comparar de diversas formas fenômenos que antes pareciam distintos. Afinal, se o princípio de tudo converge a um único elemento, que regula as forças, formas e conteúdos distintos, mantendo-os coesamente, uma analogia torna-se possível, pois podemos tratar essas diferenças como acidentes, enquanto eventos transitórios, que buscam, em sua essência, a manutenção daquilo que é comum a todos os constituintes universais, a manutenção da ordem, do cosmos, a essência. Esse princípio nos permite compreender melhor a ordem dos processos naturais, que atuam ciclicamente, sempre no sentido de promover a perpetuação de uma existência harmônica. No caso das estações do ano, fazendo com que as folhas caiam no outono, para que haja uma primavera, em que flores e frutos apareçam. Entretanto, parece contraditório esse processo, se pensarmos que para o aparecimento de frutos, que é um nascimento, uma construção, as árvores precisem perder as folhas, o que seria o mesmo que morrer, desconstruir-se, ao invés de persistir no crescimento desenfreado para produção de inúmeros frutos. Contudo, nada há de contradição nessa relação, trata-se de um paradoxo, que é um tipo de relação na qual a lógica formal não consegue abarcar. A desconstrução pela qual as árvores passam em todo outono, nada mais é do que uma forma de livrar-se do velho, ainda que útil, para que possam se renovar e, nas próximas primaveras, dar frutos ainda melhores e mais saborosos que da estação passada. Além disso, diferentemente do que acontece conosco, seres humanos, dotados da mais bela razão e da mais inútil estupidez, as folhas caídas funcionam como alimento, que fortalecem a árvore e a beneficiam no processo de renovação, por meio da absorção dos nutrientes benéficos daquilo que já pertenceu a si mesma e a sua própria existência, as folhas, já ressecadas. Nos seres humanos, esse mesmo processo acontece. Porém, muitas vezes não tem o desfecho harmônico, como acontece na maioria das relações naturais, pois por mais que pertençamos ao cosmo, o princípio que rege o universo a um estado homeostático, preferimos nos movimentarmos em um sentido contrário a ele, não descartando nossas folhas no outono, não absorvendo as belezas e nutrientes do nosso processo existencial e, consequentemente, não produzindo frutos ou não maturando-os devidamente. Quando isso acontece, o indivíduo perde, porém não é o único a sofrer com sua esterilidade, uma vez que, se não há frutos em uma árvore, os pássaros passarão fome, a terra, aos poucos, perderá seus nutrientes, suas raízes ficarão expostas e o caos estará instaurado. Mas se engana quem acredita que, com isso, o ciclo terminará. O próprio caos faz parte da organização do universo, é necessário que exista a desordem para que a ordem se instaure e, sobre a restauração da ordem, ela acontece a todo o momento, está acontecendo agora, na existência de todos nós. Assim, em relação a nossa existência, só vejo uma forma de concluir, seguindo o princípio cosmológico: A qual parte do ciclo você pertence e se presta funcionalmente, organização e construção ou desorganização e destruição?

Pedro Afonso Cortez – 11011PSI025 -09/09/2010 – 2° Período – 2010/2

(Espero que aos dois, desde que seja paradoxalmente ordenado. Viva e não-viva, essa é a ordem existencial!)