6 de mai. de 2010

Pensar o Ser Humano depois de Auschwitz

por Leonardo Boff

Recordamos neste ano os 65 anos do Holocausto de judeus perpretado pelo nazismo de Hitler e de Himmler. É terrificante a inumanidade mostrada nos campos de extermínio, especialmente, em Auschwitz na Polônia. A questão chegou a abalar a fé de judeus e de cristãos que se perguntaram: como pensar Deus depois de Auschwitz? Até hoje, as respostas seja de Hans Jonas do lado judeu, seja de J.B.Metz e de J. Moltmann do lado cristão, são insuficientes. A questão é ainda mais radical: Com pensar o ser humano depois de Auschwitz?

É certo que o inumando pertence ao humano. Mas quanto de inumanidade cabe dentro da humanidade? Houve um projeto concebido pensadamente e sem qualquer escrúpulo de redesenhar a humanidade. No comando devia estar a raça ariana-germânica, algumas seriam colocadas na segunda e na terceira categoria e outras, feitas escravas ou simplesmente exterminadas. Nas palavras de seu formulador, Himmler, em 4 de outubro de 1943: "Essa é uma página de fama de nossa história que se escreveu e que jamais se escreverá". O nacionalsocialismo de Hitler tinha a clara consciência da inversão total dos valores. O que seria crime se transformou para ele em virtude e glória. Aqui se revelam traços do Apocalipse e do Anti-Cristo.
O livro mais perturbador que li em toda minha vida e que não acabo nunca de digerir se chama: "Comandante em Auschwitz: notas autobiográficas de Rudolf Höss"(1958). Durante os 10 meses em que ficou preso e interrogado pelas autoridades polonesas em Cracóvia entre 1946-1947 e finalmente sentenciado à morte, Höss teve tempo de escrever com extrema exatidão e detalhes como enviou cerca de dois milhões de judeus às câmaras de gás. Ai se montou uma fábrica de produção diária de milhares de cadáveres que assustava aos próprios executores. Era a "banalidade da morte" de que falava Hannah Arendt.

Mas o que mais assusta é seu perfil humano. Não imaginemos que unia o extermínio em massa aos sentimentos de perversidade, sadismo diabólico e pura brutalidade. Ao contrário, era carinhoso com a mulher e filhos, consciencioso, amigo da natureza, enfim, um pequenoburgues normal. No final, antes de morrer, escreveu: "A opinião pública pode pensar que sou uma béstia sedenta de sangue, um sádico perverso e um assassino de milhões. Mas ela nunca vai entender que esse comandante tinha um coração e que ele não era mau".Quanto mais inconsciente, mais perverso é o mal.
Eis o que é perturbador: como pode tanta inumanidade conviver com a humanidade? Não sei. Suspeito que aqui entra a força da ideologia e a total submissão ao chefe. A pessoa Höss se identificou com o comandante e o comandante com a pessoa. A pessoa era nazista no corpo e na alma e radicalmente fiel ao chefe. Recebeu a ordem do "Fuhrer" de exterminar os judeus, então não se deve sequer pensar: vamos exterminá-los (der Führer befiehl, wir folgen). Confessa que nunca se questionou porque "o chefe sempre tem razão". Uma leve dúvida era sentida como traição a Hitler.

Mas o mal também tem limites e Höss os sentiu em sua própria pele. Sempre resta algo de humanidade. Ele mesmo conta: duas crianças estavam mergulhadas em seu brinquedo. Sua mãe era empurrada para dentro da câmara de gás. As crianças foram forçadas a irem também. "O olhar suplicante da mãe, pedindo misericórdia para aqueles inocentes"- comenta Höss - nunca mais esquecerei". Fez um gesto brusco e os policiais os jogaram na câmara de gás. Mas confessa que muitos dos executores não aguentavam tanta inumanidade e se suicidavam. Ele ficava frio e cruel.
Estamos diante de um fundamentalismo extremo que se expressa por sistemas totalitários e de obediência cega, seja políticos, religiosos ou ideológicos. A consequência é a produção da morte dos outros.
Este risco nos cerca pois demo-nos hoje os meios de nos autodestruir, de desiquilibrar o sistema Terra e de liquidar, em grande parte, a vida. Só potenciando o humano com aquilo que nos faz humanos como o amor e a compaixão podemos limitar a nossa inumanidade.

Psicologias

alunos queridos
vejam este livro sobre as psicologias
é só copiar e guardar numa pastinha
(e ler, é claro)
http://www.fag.edu.br/professores/tdavaucher/Ana+%20Merc%5B1%5D...pdf

A Medida da Paixão - Lenine

O Mundo

Às vezes não dá pra ser feliz

(do Blog Filosofia e Tecnologia - do meu ex-aluno Humberto)

Certa vez eu escrevi um artigo de psicologia, junto com uma psicóloga (Marilda), que batizamos de “Ás vezes não dá para ser feliz”. Este texto diz muitas verdades sobre a vida humana. Tem vezes que a situação que passamos e a dor que sentimos não permite que sejamos felizes. E parece que o amor se foi, abandonando a alma, a vida, o dia. Nestes dias o ambiente fica cinza, sem cor e sem sabor. Sabiamente Lenine coloca em seus versos da música na medida da paixão (que reproduzo alguns aqui):

É como se a gente
Não soubesse
Prá que lado foi a vida
Por que tanta solidão?
E não é a dor
Que me entristece
É não ter uma saída
Nem medida na paixão…

É como se a gente
Pressentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição
E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração…

Sempre que fazemos escolhas e passamos por perdas, vivemos esta dialética da liberdade de viver o novo e de deixar para traz parte de nós. Somos atropelados por estes sentimentos, quando perdemos alguém querido (como a morte de minha mãe), quando mudamos de casa, quando mudamos de cidade e, principalmente, quando mudamos nós mesmos. Sempre sentimos o ar do novo, mas a dor do luto de deixar para traz parte de nós mesmo. Assim, fica vazio demais o coração, até para que o novo entre.

Não dá para ser feliz sempre, quando isto não é uma escolha, senão poderemos assumir nomes como cínico, dissimulado, maníaco, histérico ou mesmo ingênuo. Elaborar o luto, a mudança e a tristeza são essenciais para encontrar a verdadeira felicidade. Muitas vezes confundimos felicidade com alegria ou euforia. Existe uma diferença muito grande, a verdadeira felicidade vem de mãos dadas com a paz, enquanto a alegria, a euforia vem com o abafar da tristeza, que parece uma casca, uma máscara de porcelana.

A tristeza é o filtro da vida, que transforma a dor em lembrança e faz com que exista um continuar, para que o próximo momento possa ser repleto da verdadeira felicidade. Eu desejo a todos que amo um pouco de tristeza que fortalece e cura de verdade a dor. Espero que seja breve, mas suficiente para que encontrem a verdadeira felicidade.

Amo muito esta existência e em mim encontro as dúvidas e escolhas, tristezas e felicidades, razão e emoção, lucidez e insanidade, amor e ódio e por fim uma dialética que me consome e me acalma.

Este texto foi escrito para minha leitura de mim mesmo. Se servir para vocês… que sejam felizes.

Abraços,

Humberto

Tédio

"Se os macacos chegassem a experimentar tédio, poderiam tornar-se gente"
(Johann Goethe)

4 de mai. de 2010

Art-Gestalt de Norma Bar


Olá Analú, eu queria mostrar para turma algumas figuras que achei interessante na internet, e, agora com o blog acho que pode ser uma maneira de mostrar.São trabalhos de um ilustrador israelense chamado Noma Bar
"Brincando com o fundo e o primeiro plano em traços simples, ele consegue um impacto maior ao retratar questões das mais diversas, de figuras do entretenimento a temas políticos e sociais."
o site que tirei as informações foi http://www.sedentario.org/artedesign/a-arte-gestalt-de-noma-bar-25793 e tem um site com uma entrevista do ilustrador: http://grainedit.com/2010/03/17/noma-bar-interview/
(Ana Paula 4º período-psico)