Conflitos no meu campo de visão novamente. Criação? Talvez, mas não importa. Não devem existir onde antes foi um campo de batalha. Construindo meu caminho sigo, não há outra maneira, com minhas tantas outras terceiras pernas sigo, mas do meu jeito. Não, não vou por aí, pelos olhos que me fitam e seduzem. Devagar e sempre. Sou capitão, sou pedreiro, sou tudo dentro de um só, sou responsável por mim e pelo meu futuro e é assim a forma que escolho. O ‘eu’ ainda testa-se, mas agora há um a se testar, e é isso o que faz a diferença. Longo foi o que ficou pra trás, e quem diria que esse algo teria um fim. Em meio a tantas ilusões e situações enlouquecedoras de alguma forma, ou justamente por ser sem forma, sobreviveu minha essência e dela posso produzir os perfumes que criarão a atmosfera de minha vida. Prisões nas quais nasci, ilusões que me criaram e utilizaram para esconder de mim o que evidenciava-se por si só. Enquanto meus olhos viam o real, e minha boca gritava a veracidade a quem pudesse escutar calavam-me com uma dor que não era minha. Tantas foram as coisas necessárias para que chegasse ao momento atual, e o momento não poderia ter sido outro. Não enxergo outra possibilidade. Entretanto o lugar onde cheguei é apenas o começo, o real começo, pelo qual esperei na latência iludibriada pelo canto da sereia sonhadora, sendo esta o único sinal dos rochedos que vieram a fazer com que meu barco finalmente naufragasse e repousasse no fundo do mar. Agora nado, a largas braçadas, provando a temperatura das águas em cada entranha da minha alma, enchendo meus pulmões de ar e mergulhando nas regiões abisais do meu ser, encontrando tesouros escondidos nas outras embarcações já tomadas pelos corais do tempo. E que Poseidon exista sempre para cuidar do mar, pois sem o mar não haveria a graça de navegar.
Jordhan Henrique Silva Medina Coeli – 20/06/2010
Jordhan Henrique Silva Medina Coeli – 20/06/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário